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SENTIMENTALISMO: O monólogo de uma rosa



   E a rosa disse ao jardineiro:
   – Sou eu feita de pétalas perfumadas, pintadas com o vermelho do sangue mais profundo que corre pelas tuas veias. A pigmentação tinge meu amor com tamanha pureza inimaginável, que exalam para olhares que pouco transparece e muito observam. Olhares como os teus, pequeno jardineiro, que cuidas de mim e me tratas com tanto amor desde que eu fora sintetizada pelo bico de um beija-flor colorido, batia as asas impacientemente tentando retirar o néctar da minha progenitora, aquela que me antecedera antes de encontrar a escuridão, antes de perder o pigmento e se tornar uma rosa negra. Rosa murcha, morta. A terra se tornara minha e suas mãos calejadas pertenciam só a mim. Traziam uma paz que me confortavam, os calos doíam em você, mas a mim só pacificavam. Sou flor inferior, tenho inocência tão grande quanto à de Humbert que caíra nas mãos perversas de Lolita. Deveras você, meu pequeno jardineiro, ser unicamente meu. O amor que tens guardado no peito seria do meu desfruto. Tuas mãos, teu calor, tua paz e teu interior deveriam ser meus. A piedade cai sobre os olhares dos que me julgam por ter essa ilusão que foi constituída sem uma única palavra dita, apenas na minha dedução. Pensara que tudo o que eu sentia por você era recíproco. Minha inocência feriu meu pudor. Relacionei-me por ventos que sopravam para o sul, ventos que carregavam o platonismo em suas viagens de longa data e que passavam por mim a todo instante, rejuvenescendo meu sentimentalismo, me fazendo amar você. Eu sei jardineiro, que o verão está próximo e meus dias estão acabando. Essa primavera fora a mais bela para mim quanto para outra rosa qualquer, meus espinhos foram os mais bem tratados pelas mãos mais hospitaleiras que possam existir em toda atmosfera. Agradeço pela terra que me acolhera e pelas chuvas que caíram sobre as curvas das minhas pétalas suntuosas, agradeço pelo acolhimento e por me permitir amar tamanha pessoa que não falava muito, mas que transparecia em todo toque. Aqui, meu pequeno jardineiro, eu fora feliz.

11 comentários:

  1. Que lindo!
    Gostei bastante da parte que fala: Relacionei-me por ventos que sopravam para o sul...
    Beijos e obrigado pela visita!
    sweetbulunga.blogspot.pt

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  2. Que texto mais lindo!

    deixadedrama.blogspot.com

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  3. Nossa que lindo *-*
    Gostei muito.
    Abraços;
    semuser.blogspot.com

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    1. É realmente gratificante quando recebo comentários assim, eu fico muito feliz com isso.
      Agradeço tanto a você quanto a Agnes Franco!

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  4. De todas inutilidades que encontramos jogadas pela internet, seus textos parecem que nao fazem parte desse mundo, por tao bons que sao. Bom, voce ja sabe que eu me prendo a cada palavra ne rs' parabens mais uma vez, amei e olha desejo a voce um otimo 2013 e que venha muuuitos mais textos para eu ler heeem mil beijos - Anne.

    www.annecrisley.blogspot.com

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    1. Nossa, me sinto até honrado pelas tuas palavras ahahah Não sei nem como agradecer.
      Eu lhe desejo o mesmo!

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  5. Quem diria,rosa cheia de espinhos,ela também tem sua fragilidade.Lindo texto,traz paz ao ler.Lindo mesmo Lucas...
    Continue assim viu,sou fã do seu blog.

    Grande abraço.
    Com carinho Pri.

    http://psicodoce.blogspot.com.br/

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    1. Já é fã do blog?! Mas quanta honra hahaha
      Agradeço o comentário, realmente me deixou feliz em lê-lo.

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  6. Amei o texto!
    Beijinhos e Feliz 2013
    Rizia - Livroterapias
    http://livroterapias.blogspot.com.br/

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